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segunda-feira, 21 de março de 2011

A Hipocresia


“Façam o que digo, mas não façam o que faço”. Ditado antigo, porém muito aplicado em nossos meios.
        Observamos em nossa sociedade inúmeras pessoas a julgar e condenar os atos do próximo querendo impor-lhes rumos que eles mesmos não seguem. Não conseguem observar as suas próprias mazelas morais e defendem no próximo a moral, a honestidade, os bons costumes de formas ardentes, obstinadas, chegando às raias do radicalismo. Levantam esta bandeira sob uma ótica de verdadeiros pseudomoralistas, verdadeiros hipócritas. Será que estes implacáveis juízes nunca furaram uma fila, ou tiraram proveito de situações que suas condições sociais ou de conhecimentos não os favoreceram em detrimento do direito do próximo? Será que nunca tiraram proveito no erro da outra pessoa, seja num troco errado, seja em uma mercadoria que passou involuntariamente pelo caixa do supermercado? Nunca compraram um CD pirata ou um objeto de origem duvidosa? Será que em momento algum fizeram um chamado “gato”? Desonestidade é desonestidade, não importa o tamanho do delito. Quem rouba um centavo tem a mesma pena de quem rouba um milhão.
        Alertemo-nos, meus irmãos, sobre este mal que paira sobre a humanidade que é a facilidade que temos de julgar o próximo, de condená-los ao flagelo moral quando nós mesmos ainda estamos mergulhados na insanidade. Somos seres de Deus, por isso somos seres divinos, não despertados, mas divinos. O que nos faz diferentes dos seres puramente divinos é o orgulho e a vaidade que carregamos, chagas estas que nos impede a tão sonhada felicidade enaltecida pelos mais altos, impelindo-nos a falências sucessivas através das diversas encarnações. Que nos impede a amar como Jesus nos aconselhou. Quando buscamos intensamente a censura sobre determinado ato alheio é que temos fortes indícios de podermos praticá-los ou os desejamos muito e como somos espíritos devedores nosso orgulho escamoteia esses desvios de personalidade, aí censuramos, julgamos e condenamos atitudes que de uma forma ou outra carregamos de forma intrínseca em nosso psiquismo.
        Nosso Mestre Jesus alertou nesta questão, comparando ao túmulo que é caiado por fora, mas pútrido por dentro ou de como quereis tirar um cisco do olho do seu irmão quando carregas uma trave nos seus, me faz lembrar a parábola da mulher adúltera, quem atiraria a primeira pedra? A quantos chamou de hipócritas por não terem sustento moral para julgar seus companheiros de caminhada. E quanto nos afirmou para amarmos uns aos outros? No Pai Nosso, nos ensinou a pedir o perdão da mesma forma que perdoamos, a não julgar para não sermos julgados.
        Quantos valiosos tempos perdemos mergulhados na incompreensão provenientes do orgulho. Quantas oportunidades deixamos de lado com medo de nós mesmos. É chegada a hora de nos interiorizarmos, sem preconceitos, sem idéias pré-concebidas provenientes destas chagas, sem temor porque nosso Pai é inesgotávelmente misericordioso e quando chegarmos ao fundo de nossas consciências e numa avaliação de fé percebemos o quanto ainda permanecemos na infância moral, aí sim, veremos nossos irmãos como que nos enxergando no espelho e virá a solidariedade, a compaixão, a ajuda mútua e o amor ao próximo começará a ter uma dimensão maior em nossas consciências e a tão mal fadada hipocrisia estará com os dias contados entre nós, habitantes em resgates, no planeta Terra.

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