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quarta-feira, 6 de abril de 2011

BOPE - O Filme

Não estou aqui indo contra as instituições policiais, embora saibamos como funciona. Elas ainda são necessárias dentro do contesto evolutivo de nosso planeta. O que mais preocupa é a reação da população achando normal e tendo como heróis homens que infelizmente, usam da força bruta para combater a brutalidade. Paradoxo lamentável. A reação de nossos irmãos, narrando o acontecido com requinte de crueldade e achando tudo aquilo normal perante as notícias de mortes, verdadeiros assassinatos, tanto do lado da policia quanto do lado dos marginais, mostra claramente a ignorância moral, o desconhecimento da vida no seu todo, que a humanidade atravessa.
        O filme o Bope, se não esbarrasse num momento tão delicado que vivemos, onde um filme que poderia ser de ficção se torna um documentário, passaria impune nas mentes das pessoas mais desavisadas e se perderia no esquecimento como tantos outros. Mais não. As pessoas vibram e comentam o filme, transformando em paradigmas verdadeiras máquinas da morte. E o mais alarmante é que pais exibem o filme em casa ao lado de seus filhos pequenos e adolescentes concordando, com suas visões imediatistas, a todos aqueles conceitos de barbáries, implantando no psiquismo de seres recém reencarnados suas tendências primitivistas, quando nossa obrigação, nosso dever é de ajudá-los em suas caminhadas alertando-os e conduzindo-os segundo orientações dos mais altos, a felicidade eterna através da conduta moral, da imortalidade da alma e do amor ao próximo. Pobres pais quando chamados pelas suas consciências a prestar contas da tutela que lhes foi confiada.
        Qual o povo, qual o sistema dominador ou ditatorial se perpetuou? Nenhum. Egípcios, Romanos, Ingleses, Alemães e muitos outros tiveram suas dominações através da força, da brutalidade promovendo verdadeiros holocaustos. E qual foi o resultado de tanta deformação moral a não ser promover mortes, sofrimentos e revoltas criando um retrocesso imensurável na evolução de nosso planeta. Sem falar dos portugueses e outros povos da antiguidade na dominação de raças através da escravatura, uns dos atos mais cruéis da humanidade, até hoje nas mesas mediúnicas nos deparamos com cobradores que foram escravos, exigindo reparações e promovendo verdadeiras obsessões, quando não possessões, no encarnado que um dia foi senhor deles. Só quase 120 anos se passaram da escravatura dos negros.
 Essas violências no qual deparamos são conseqüências de nossos atos de dominação arbitrária no passado e atualmente. Os que reencarnaram carregam em seus psicossomas todas as marcas das crueldades sofridas, personificadas nos painéis mentais sem que eles consigam discernir corretamente as necessidades impostas no seu projeto reencarnatório para a melhoria moral. Há uma verdadeira dissociação entre o espírito reencarnado e a mente, gerando mais revoltas e conflitos. Eliminando-os só agravaríamos a situação desses nossos irmãos, que desencarnariam em estado mais lastimável e em breve estariam novamente na carne promovendo atos ainda mais criminosos, comprometendo a eles mesmos, comprometendo a evolução planetária, comprometendo todos nós que já em condições evolutivas um pouco melhor, agimos ainda como verdadeiros bárbaros.
 Ajam meus irmãos ainda sobre a tutela da lei que dizia olho por olho, dente por dente, que quando precisardes da mesma misericórdia esta lei será seu juiz dentro de suas consciências.
Não somos reféns do tráfico, da corrupção seja de que esfera institucional for, da bandidagem, dos governantes, do sistema. Somos reféns de nós mesmos, somos reféns de nossos atos nesta vida e em vidas passadas, escolhemos por nossas vontades estarmos aqui, somos responsáveis por tudo o que acontece, não vamos com orgulho e prepotência nos eximir de nossas responsabilidades, vamos arregaçar as mangas e trabalharmos com amor e compreensão pelos nossos irmãos ainda imbuídos e mergulhados no vale da ignorância, da revolta e da incompreensão. Nos lembremos que um dia não muito remoto em nossas existências, alguém foi misericordioso conosco também.
Vejamos este filme não como uma mostra da realidade, pois não precisamos que nos produzam artes violentas porque sabemos que ela existe e está aí, e sim como um medidor de intensidade das consciências doentias e primitivas que ainda habitam nosso planeta e notarmos que não mudamos quase nada, em termos morais, desde nossos primeiros passos sobre o solo de nosso planeta. Que Deus nos perdoe.

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